sexta-feira, abril 25

Lendas do concelho da Lagoa

A escola EB 2,3 preparou uma exposição de ilustrações de lendas sobre o concelho da Lagoa. Esta exposição aconteceu no âmbito das actividades desenvolvidas pela escola para assinalar o 486º aniversário do concelho da Lagoa.



segunda-feira, junho 18

O MILHAFRE




As aves de rapina são consideradas, erradamente por muitos, nocivos ao homem. Queremos mostrar o papel essencial que estas desempenham no equilíbrio da natureza e, assim, contribuir para a conservação e protecção destas aves.

Nome comum: Milhafre ou queimado.
Nome científico: Buteo buteo rothschildi.
Família: Accipitridae.
Cor da Plumagem: castanha.
Altura: 50 cm.
Envergadura das asas: 1,30.



Há muitos milhares de anos, no meio do Oceano Atlântico, nove ilhas encantadas, às quais os homens, muitos séculos depois, aquando do seu descobrimento, erradamente chamaram Açores, porque em volta das ilhas brumosas sobrevoavam umas belíssimas aves de rapina, muito semelhantes aquelas assim denominadas. Estas aves eram milhafres.

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As Festas do Divino Espírito Santo





Não se sabe quando se iniciaram as festas do Espírito Santo, mas é normalmente aceite que se iniciaram por iniciativa da Rainha Santa Isabel, esposa de D. Dinis.

A primeira cerimónia terá tido lugar em Alenquer e rapidamente se popularizou, em Portugal Continental.

Com a descoberta dos Açores, em 1427 e subsequente povoamento a partir de 1439, os primeiros povoadores deverão ter trazido consigo este culto ao Divino Espírito Santo.

Talvez devido às dificuldades que passaram, com intempéries, cataclismos, etc. Este culto acentuou-se cada vez mais junto dos Açorianos de tal maneira que não haverá lugar que não tenha festa de Espírito Santo, no Domingo de Pentecostes, sete semanas após a Páscoa.

À semelhança do que aconteceu em Alenquer são atribuídos esmolas pelos pobres. O irmão que serve é Mordomo ou o Imperador.

Do Imperador resultou a palavra Império que é o lugar onde se realiza a parte mais profana da festa (refeições, cantares, etc.).

A tradicional coroação do Mordomo é feita na igreja e há procissão (cortejo) da casa do Mordomo até à igreja e desta para o Império.

Durante quase toda a tarde há sopas, vinho e massa.

Em algumas freguesias há festa no Domingo, Segunda-feira e Terça-feira do Espírito Santo.

Os irmãos servem rotativamente, mas antes da festa há um peditório por toda a freguesia (aldeia).

Em algumas freguesias há arraiais, durante a tarde com a actuação de filarmónicas.

As festas do Espírito Santo continuam muito populares de tal forma que noutros Domingos muitas vezes há serviços no seguimento de promessas em horas de aflição.

Apesar das mudanças deste século, parece-nos que estas festas estão para durar longos anos.

O Divino Espírito Santo tem sete dons que são: Entendimento, Ciência, Sabedoria, Conselho, Piedade, Fortaleza, Temor de Deus.

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domingo, junho 17

Dia da Autonomia




O Dia da Autonomia foi instituído pelo parlamento açoriano em 1980 e é destinado a comemorar a açorianidade e a autonomia. É a maior celebração religiosa e cívica dos Açores.

O Dia dos Açores é comemorado na Segunda-Feira do Espírito Santo e é também conhecido pelo Dia da Pombinha.

Este dia, dedicado ao Açores e aos açorianos, pretende comemorar a autonomia conquistada depois do 25 de Abril de 1974. A partir desta data, os Açores tornaram-se numa Região Autónoma, com um Governo Regional próprio. Para adaptar as leis à Região Autónoma dos Açores também foi criada a Assembleia Legislativa Regional dos Açores que funciona na cidade da Horta, ilha do Faial.



Desde a conquista da autonomia, os Açores tiveram três presidentes do Governo Regional, dos quais se destacaram o Dr. Mota Amaral e o actual presidente Carlos César.

Símbolos dos Açores

A Região Autónoma dos Açores tem bandeira, brasão de armas, selo e hino próprios.

A Bandeira






A bandeira de cor azul e branca tem ao centro um açor encimado por um semi-círculo constituído por nove estrelas douradas. Junto da haste figura o escudo nacional.


O Brasão de Armas



O brasão é constituído por um escudo, por um elmo e por um açor, ladeados por dois touros que sustentam dois estandartes: um com a cruz da Ordem de Cristo e o outro com uma pomba do Espírito Santo. Por baixo, pode ler-se a Divisa: Antes morrer livres do que em paz sujeitos.

Hino dos Açores

Deram frutos a fé e a firmeza
No esplendor de um cântico novo:
Os Açores são a nossa certeza
De traçar a glória de um povo.

Para a frente! Em comunhão,
Pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
Estão acesas no alto clarão
Da bandeira que nos guia
Para a frente! Lutar, batalhar
Pelo passado, imortal.
No futuro a luz semear,
De um povo triunfal.

De um destino com brio alcançado
Colhermos mais frutos e flores,
Porque é este o sentido sagrado
Das estrelas que coroam os A
çores.Para a frente, açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos vôos, com ardor firmamos,
Para que mais floresçam os ramos
Da vitória merecida.
Para a frente! Lutar, batalhar
Pelo passado imortal,
No futuro a luz semear,
De um povo triunfal.

Natália Correia

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quinta-feira, maio 17

A Primeira Procissão

No ano de 1700, a Ilha de S. Miguel foi abalada por fortes e repetidos tremores de terra. Duravam estes já vários dias quando a Mesa da Misericórdia e grande parte da nobreza da cidade, vendo que os terramotos não cessavam, resolveram ir à portaria do Mosteiro da Esperança para levarem em procissão a Imagem do Santo Cristo.
Ao princípio da tarde desse dia 13 de Abril de 1700, juntaram-se as confrarias e comunidades religiosas. Concorreu igualmente toda a nobreza e inumerável multidão que, com viva fé, confiava se aplacaria a indignação divina com vista da santa Imagem.




Caminhava já a procissão em que todos iam descalços; e logo que a veneranda Imagem se deixou ver na portaria, foi tão grande a comoção em todos que a traduziram em lágrimas e suspiros, testemunhos irrefragáveis da contrição dos corações.
Levaram o andor do Santo Cristo as pessoas mais qualificadas em nobreza. Andando a procissão, ia a veneranda Imagem entrando em todas as igrejas onde, em bem concertados coros, Lhe cantavam os salmos "Miserere mei Deus".




Saindo da Igreja dos Jesuítas, e caminhando para a das Religiosas de Santo André, não obstante toda a boa segurança e a cautela com que levavam a santa Imagem, com assombro e admiração de todos, caiu esta fora do andor e deu em terra. Foi esta queda misteriosa, porque não caiu a Imagem por algum dos lados do andor, como era natural, senão pela parte superior do docel.
O povo ficou aflito com sucesso tão estranho. Uns feriam os peitos com as pedras; outros, pondo a boca em terra, que julgavam santificada com o contacto da santa Imagem, pediam a Deus misericórdia; estes, tomando os instrumentos de penitência, davam sobre si rijos e desapiedados golpes, regando a terra com o sangue das veias; aqueles publicavam em alta voz as suas culpas, como causas da indignação do Senhor; e todos, com clamores e enternecidos suspiros, pediam a Deus que suspendesse as demonstrações da sua justa vingança.




Verificaram, então, que a santa Imagem não experimentara com a queda dano considerável, pois somente se observou no braço direito uma contusão. A Imagem foi lavada e limpa no Convento de Santo André e, colocada outra vez no andor com a maior segurança, continuou a procissão, na qual as lágrimas e soluços do povo aflito embargavam as preces, até que, bem de noite, se recolheu no Mosteiro da Esperança.
E a cólera divina se aplacou.
Texto retirado daqui.

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Da lenda à realidade



Conta a lenda que naquele tempo antigo, havia umas freiras que viviam no Convento da Caloura e que se sentiam muito tristes, porque o povo de Água de Pau andava muito afastado da fé e do temor a Deus.




As religiosas rezavam fervorozamente para que aquela população voltasse a ter fé e amor ao Senhor. Tinham esperança que se houvesse uma imagem nova no Convento, talvez a atitude dos paroquianos se alterasse e despertassem de novo para a fé. Escreveram uma carta a sua Santidade o Papa, pedindo-lhe a imagem que tanto queriam, mas que não tinham dinheiro para comprar. O pedido das religiosas não foi atendido, porque na altura não podia ser.





As freiras ficaram muito tristes, porém, não desesperaram e continuaram a rezar com fé. Estava-se numa época de pirataria nos mares dos Açores e aconteceu que, passando um navio ao largo da ilha, foi atacado e totalmente destruído por corsários.



Muitos destroços do navio vieram dar à costa e, um certo dia, depois das freiras tratarem do jardim, foram descansar a olhar para o mar. Viram, na água, uma caixa perto da costa que parecia ter uma luz lá dentro.



Desceram a rampa a correr, puxaram o caixote, abriram-no e viram que era um lindo busto de Cristo, de olhar vivo, expressão humilde e serena. Acharam que tinha sido um milagre porque Santo Cristo tinha escolhido aportar à ilha de São Miguel, cujo povo costumava ser muito crente. Quando o povo de Água de Pau tomou conhecimento do acontecimento, ficou muito feliz. A fé dos habitantes da Vila cresceu, a fama dos milagres de Santo Cristo espalhou-se por toda a ilha. Durante anos, Santo Cristo foi venerado no Convento da Caloura, mas as freiras, que sofriam constantemente os ataques dos piratas, fugiram e foram refugiar-se em Ponta Delgada, no Convento da Esperança, levando consigo a imagem , onde ainda hoje se encontra.





Na realidade a origem desta imagem está envolta em mistério, mas, tudo indica que terá sido oferecida pelo Papa a duas religiosas do primeiro convento de freiras dos Açores, existente no Vale de Cabaços (Caloura), no século XVI. Porque se tratava de um local ermo, junto ao mar, afastado da comunidade e exposto a ataques de piratas, as irmãs resolveram transportar a imagem para o Convento de Nossa Senhora da Esperança em Ponta Delgada, fundado em 1541.



O Senhor Santo Cristo dos Milagres permanece no Convento desde essa data e o seu culto foi perpetuado pela dedicação da Venerável Madre Teresa da Anunciada (1658-1738), que mandou erigir uma capela para resguardo do Ecce Homo, no coro baixo da Igreja do Convento.
A devoção e a fama dos milagres concedidos por intervenção do Senhor Santo Cristo dos Milagres alastrou de tal forma que, aquando da morte da religiosa, em 1738, o seu culto encontrava-se já espalhado por S. Miguel e outras ilhas dos Açores, chegando à corte de D. João V.



O fervor religioso dos açorianos pelo Senhor Santo Cristo está solidamente enraizado no povo, como símbolo de um forte elo de identidade cultural e religiosa.




Professora Elsa Gouveia

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terça-feira, maio 1

Amanhecer com os MAIOS!

Seguindo uma tradição muito antiga aqui nos Açores, no dia 1 de Maio, as varandas, as janelas e as praças, enchem-se de "Maios".



Bonecos feitos geralmente de "trapos" ou dos mais variados materiais, dependendo da originalidade de cada um.






Os "Maios" representam cenas da etnografia açoriana, como a cozinha tradicional, o acolhimento dos romeiros após um dia de romaria, as actividades atesanais, as tarefas agrícolas, etc.





Por vezes são também representadas cenas, que de uma forma muito divertida, criticam a sociedade, a política ou a situação económica.





As origens desta tradição remontam às festas pagãs de Roma antiga, em que o mês de Maio era celebrado como o mês das festividades à deusa Maia, considerada a deusa da fecundidade por excelência.



O “Maio” celebra a época das sementeias, o início da Primavera, a época da fecundidade e do florescer.



Em jeito de curiosidade, diz-se que é preciso levantar bem cedo no 1 de Maio para que o "Maio" não entre na pessoa, evitando assim que esta fique indolente e preguiçosa durante todo o ano.



Esta tradição continua viva nestes ilhéus graças aos incentivos das Câmaras Municipais que promovem concursos, à participação das escolas e de diversas instituições, bem como à iniciativa individual de alguns particulares.

Professora Elsa Gouveia

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quinta-feira, janeiro 25

Os Romeiros


"Ser açoriano é ser religioso, é ser cristão.

Carreiro da Costa diz: A cruz do redendor não vinha apenas desenhada nas velas, mas sim também gravada nas almas, como um sinal de piedade, de fé."

Álvaro Saraiva e Teixeira Dias


"As romarias tiveram origem nas calamidades públicas motivadas pelos terramotos que em 1522 arrasaram Vila Franca do Campo. Nesses momentos de aflição, os micaelenses imploraram a misericórdia divina, por intermédio da Santissima Virgem, e sentiam tão viva a sua protecção que jamais, desde então, deixaram esta piedosa prática, conservando-a ainda hoje na sua característica primitiva. Todos os anos, durante a Quaresma, dezenas de ranchos de romeiros percorrem a ilha de S. Miguel, ao longo de uma semana e num, trajecto de cerca de 200 quilometro, com as mínimas condições de sustento acomodação. O «MESTRE» é a primeira das figuras principais do rancho, pois é ele quem preside ao auto processional de quem dirige as orações. A segunda posição hierarquia cabe ao «Procurador das Almas», que recebe durante o trajecto os pedidos das pessoas para as orações aplicadas a diversas intenções. A terceira figura titulada do rancho é o«Guia», que segue na frente de todos os outros romeiros, pela sua experiência dos caminhos que os levam a todas as capelas, ermidas e igrejas onde haja uma invocação à Virgem Santíssima."

Guia de S. Miguel, Coordenação de José Vieira

"De todos os estratos económico-sociais, o mesmo trajar, o mesmo entoar da Avé-maria dolente, que a aflição e a fé os fazem reencontrar na sua expressão mais simples - a humildade. Durante oito dias, em duas longas filas, rezando alto e caminhando, eles aí vão percorrendo as estradas de S. Miguel, parando em todas as igrejas onde existe a invocação da Virgem, numa simplicidade comovente, que a todas toca. Xale, lenço, uma cevadeira caida das costas, bordão na mão, descalço ou não, conforme a promessa e o seu rosário onde os quilómetros da estrada se contam por Avé-marias.
À frente vai o guia, que é em geral conhecedor do caminho e veredas. A meio o Procurador das Almas, que de vez em quando manda rezar pelos defuntos e, por fim o Mestre, que nem sempre é o mais velho e que a todos trata por irmãos.
À noite, a cama alheia, a esmola da sopa que os conforta e a água quente que do alguidar fumega num último sopro de alívio, para os pés cansados, na casa que alberga(...).

As preces proferidas pelo Mestre, de cada rancho, são merecedoras de atenção pela ortodoxia e espontaneidade do conteúdo da súplica, quando num ritual próprio, se deixam ficar em oração, bordões por terra, à porta das ermidas e igrejas. É pois o mestre de todos as figuras do rancho, ele quem preside ao acto processional, quem dirige as orações, quem oferece, quem suplica a Deus e à Virgem as inúmeras preces de que vem incumbido. Ao Mestre deve-se obediência, todos lhe beijam a mão de manhã e à noite, é ele quem dá sinal do descanso e a ordem para nova caminhada. É quem pede ao anoitecer na povoação onde chega pousada para os romeiros, é o que agradece os favores recebidos, é o responsável, por qualquer anomalia que se dê entre os romeiros e é o último a receber atenções e regalias.
Depois, o "Procurador das Almas" que ao dirigir as preces e ao pedir aplicação delas por intermédio do Proclamador das Almas que tem de o fazer em alto pregão de modo a ser ouvido no rancho inteiro. É quem recebe durante o trajecto os pedidos das diferentes pessoas, para orações, aplicados a intenções diversíssimas, e daqui lhe vem o nome de "Procurador", e das "Almas" lhe chamam porque de motu-próprio de quando em quando, manda rezar todo o rancho:
-Pelas almas do purgatório, Padre Nosso, Avé Maria.
E todo o crente que pede ao Procurador, alguma oração, fica por este facto obrigado a rezar tanto dessas orações quantos os romeiros que vão no rancho, que cada um deles reza a oração pedida.
Quem é o Procurador? Pergunta alguém da berma da estrada, e vai segredar-lhe de seguida uma oração pela alma dum ente querido ou por uma intenção particular. "



Apontamento Histórico Etnográfico - São Miguel/Santa Maria


Pesquisa realizada por:
Carlos R.
Diogo T.
Rafael P.
Ruben A.


quinta-feira, janeiro 18

O Carnaval na Ilha TERCEIRA

O Bailinho de Canaval




"Descendentes de ancestrais formas de teatro popular, a que não será certamente alheia a "chacota medieval", os Bailinhos de Carnaval são sempre de natureza cómica e sua trama, sempre datada, se bem que são muito consistentes, prima pela capacidade crítica. O seu texto corresponde ao melhor que há do nível da poesia popular. A rima, quase sempre cruzada, segue um ritmo solto de improviso. Tiradas moralizantes, alternam com trocadilhos brejeiros e piadas de ocasição.



Carnaval, festa bonita,


De alegria sem igual,


Todos os anos visita


a nossa terra natal




Na hora da despedida


Levamos saudade imensa;


A nossa escola;


Que nos prepara p'rá a vida;


Quis marcar sua presença."






1º Concurso Regional de Danças e Canções Tradicionais, um projecto da Direcção Regional da Educação/Centro de Apoio Tecnológico à Educação



Pesquisa realizada por:

Carlos R.
Diogo T.
Rafael P.
Ruben A.